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Esse acervo de imagens tem como intuito personificar ainda mais a luta das mulheres durante o período de Ditadura Militar no Brasil.
As fotos revelam que essas mulheres, que eram estudantes, mães, operárias, donas de casa e artistas, tiveram uma atuação corajosa na resistência, enfrentaram a repressão e lutaram por liberdade. Elas preservam a memória do protagonismo feminino na construção da democracia brasileira.

O primeiro periódico da imprensa alternativa brasileira feito por mulheres e voltado para questões femininas.
A publicação abordava temas como a luta pela anistia, desigualdade de classe, direitos das mulheres e o cotidiano das brasileiras marginalizadas.
A imagem retrata uma mulher negra grávida segurando uma criança, simbolizando a resistência feminina frente às adversidades sociais.
Foto: Capa da primeira edição de 1975 do jornal "Brasil Mulher"
Atrizes e artistas brasileiras marcharam unidas contra a censura imposta pela Ditadura Militar durante protesto no final dos anos 1960. Na imagem, Tônia Carrero, Eva Wilma, Odete Lara, Norma Bengell e Cacilda Becker caminham de mãos dadas, em um ato simbólico de resistência.
A manifestação expressou a indignação da classe artística diante da falta de critério dos censores, considerados despreparados intelectualmente.
Na época, produções eram proibidas por conterem termos de “baixo calão” ou ideias vistas como subversivas à ordem e aos “bons costumes”.

Foto: Arquivo Nacional

Mães de presos políticos protestaram em frente ao Presídio Tiradentes, em São Paulo, durante a Ditadura Militar.
Com cartazes como “O estudante preso podia ser seu filho”, elas exigiram melhores condições para seus filhos, denunciando a superlotação, a precariedade da alimentação e a ausência de atendimento médico no sistema prisional.
O ato simbolizou a coragem dessas mulheres em dar voz aos invisibilizados, enfrentando a repressão estatal em busca de justiça e dignidade.
Foto: Reprodução
Foto realizada durante a Passeata dos Cem Mil, que aconteceu em 26 de junho de 1968, no Rio de Janeiro, que tinha como objetivo se manifestar contra o regime ditatorial da época.
A imagem revela a resistência silenciosa e significativa de mulheres da Igreja em um dos períodos mais sombrios da história do país.

Foto: Arquivo Nacional, Correio da Manhã

Grávida aos 28 anos, Rita Lee foi presa em 1976, a prisão foi motivada por um flagrante de maconha em seu apartamento em São Paulo. Depois das duas semanas presa, Rita foi condenada a um ano de prisão domiciliar e multa de 50 salários mínimos.
Mesmo após sua prisão, Rita continuou se manifestando contra a perseguição militar, debochando da situação. Em seu primeiro show após a soltura, se vestiu com um figurino que imitava uma roupa de presidiária.
A cantora em 2010 contou em uma entrevista que a droga foi colocada lá, pois a mesma havia parado de fumar por conta da gravidez.
Foto: Reprodução
A ex-presidente Dilma Rousseff, aos 22 anos, durante um interrogatório na sede da Auditoria Militar do Rio de Janeiro, em 1970. Na ocasião, Dilma enfrentava a Justiça Militar após ser presa por sua atuação na resistência como militante de organizações que combatiam o regime autoritário. O interrogatório aconteceu após intensos 22 dias de tortura física e psicológica, incluindo choques elétricos e espancamento.
A imagem tornou-se um símbolo da coragem das mulheres que enfrentaram a repressão política e, anos mais tarde, ganhou destaque na capa do livro "A Vida Quer Coragem", biografia escrita por Ricardo Amaral, que narra sua trajetória da militância à Presidência da República.

Foto: Divulgação

Foto: Capa da segunda edição do jornal "Nós Mulheres" de 1976
O periódico surgiu como um importante instrumento de comunicação e mobilização do movimento feminista brasileiro, abordando temas negligenciados pela grande imprensa e desafiando os papéis tradicionais impostos às mulheres.
A ilustração da capa retrata uma mulher carregando nos ombros os diversos papéis que a sociedade lhe atribui, como mãe, trabalhadora e dona de casa. Ao fundo, surgem elementos como a escola, a igreja, prédios e fábricas, representando as estruturas sociais que moldam e limitam a vida feminina.
A foto tirada em 17 de novembro de 1970, na sede da Auditoria Militar do Rio de Janeiro, conta com a representação da militância das mulheres operárias.
Elas exigiam o fim da intervenção nos sindicatos durante a Ditadura Militar. A imagem expressa a resistência à tutela autoritária do Estado sobre as organizações de trabalhadores.

Foto: Reprodução

Foto: Eduardo Knapp
Eunice Paiva teve sua vida marcada pela dor e pela luta após o desaparecimento de seu marido, o ex-deputado Rubens Paiva, durante a ditadura militar brasileira.
Após sua prisão em 1971, Rubens nunca mais foi visto, tornando-se um dos casos mais famosos de desaparecimento político no país.
Em vez de se silenciar, Eunice transformou o luto em força e passou a denunciar os crimes do regime autoritário. A imagem foi tirada na década de 1990 após conseguir o atestado de óbito de seu marido e ela representa não apenas uma conquista pessoal, mas também a luta coletiva por verdade, justiça e memória.